Livros Escritos

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domingo, 17 de outubro de 2010

Prestar Ajuda

Na questão de prestar ajuda o brasileiro é por excelência bem prestativo. No entanto, em alguns poucos casos é importante observar melhor essa questão.
Em casos de difícil complexidade existe um padrão que serve como parâmetro. É a questão de quando a pessoa auxiliada diz que mora só, que ninguém quer saber dela e que sente que o mundo está contra ela.
Ela quando encontra alguém logo se coloca nessa posição para angariar a simpatia de quem deseja auxiliá-la. Para ela, é importante conquistar primeiramente a simpatia do novo amigo (a), mas com o passar do tempo, vai exigindo cada vez mais a presença a seu lado do seu protetor a fim de que esse possa ouvir seus lamentos.
O segundo passo nesse processo é exaurir a pessoa que a ajuda de toda energia disponível para que seu reservatório bioenergético não termine e a deixe na pior.
Normalmente em casos assim depois de o processo ter se instalado esse mesmo processo, começa depois de algum tempo, causar incômodo em que auxilia o dependente. Então, inicia-se outro processo que é a dúvida, na qual o protetor deve ou não continuar ajudando, visto que ele nota que não há melhora alguma da paciente. Sente-se constrangido em deixar o caso e nesse ínterim a pessoa auxiliada intensifica ainda mais a exploração no setor da energia, pois, sente que também vai perder quem lhe abastece e sua sobrevivência é a que mais importa.
Sabendo disso ela usa de todos os meios possíveis para explorar ainda mais quem lhe presta ajuda, recusando até acompanhamento com psicólogos. E fica assim até que seu protetor se afaste definitivamente.
Depois disso, inicia nova caçada a alguém que se dispõe ajudá-la e quando encontra, utiliza-se de todos os recursos que domina perfeitamente.
Esse é um caso individual no qual a pessoa prefere operar sozinha.
Existem também casos grupais em que uma das pessoas deseja sair e não consegue tal o emprego da chantagem emocional. E quando acontece no âmbito familiar, pior ainda é a situação.
Um dos casos que acompanhei foi em São Carlos no início da década de 80, do século passado. Na ocasião, foi-me apresentada uma moça problema. Ela não se ajustava em toda e qualquer situação que se apresentava na questão familiar e social. A mãe, sempre solicita acompanhava a filha em todos os lugares a fim livrar a moça de seu problema.
Foi então que minha ex esposa levou ambas para falar com o Waldo em São Paulo em uma das nossas reuniões que fazíamos na Sociedade Ramatis do José Nazaroti.
Naquela época fazíamos os experimentos no período da manhã. Depois íamos almoçar e voltávamos a 13h00min para o Waldo atender as pessoas até às 3h00min, quando iniciava a palestra.
A moça foi atendida publicamente pelo Waldo. Ela falou de alguns problemas e logo em seguida pediu para falar com ele em particular. Ele atendeu e foram para um reservado. Ao sair nada foi comentado.
Foi então que percebi que o problema estava justamente na mãe que, presente na sala foi preterida pela filha ao abordar seus problemas a sua frente. A mulher não gostou nada do que viu e logo percebi – aí vem problema. Pensei comigo.
Logo em seguida mãe e filha voltaram para São Carlos. Eu voltei à noite assim que a reunião terminou.
No dia seguinte fui procurar um conhecido para saber do que elas haviam achado do atendimento do Waldo. Esse conhecido que também não era de avaliar uma questão de todos os aspectos envolvidos no problema, disse que a mãe da moça lhe falou que nunca havia sido tão humilhada por alguém em sua vida e que estava decepcionada com o Waldo por também além de ter sido humilhada havia lhe maltratada.
A bem da verdade é preciso registrar o seguinte: nunca vi o Waldo tratar tão bem uma pessoa como foi o caso da filha dessa mulher. Ele é de veneta, é verdade. Quando a gente pensa que está tudo bem, ele inverte o assunto e causa uma situação de difícil resolução. Já o vi fazer isso várias vezes. Não faz por maldade. Talvez em sua ânsia de explicar um assunto, age dessa maneira. Isso porque enquanto o seu raciocínio está lá na frente ele se utiliza de atalhos para explicar um fato e não pensa se aquilo vai ou não fazer bem ao ouvido da pessoa. Entretanto, nesse caso ele agiu com a máxima polidez, pois, sabia que o problema era grave.
Então, aos amigos que desejam ajudar as pessoas, fica aqui o recado: cuidado, pois, você não sabe o que uma situação dessas pode se transformar. Pessoas que carências energéticas e que agem obsessivamente, sozinhas ou acompanhadas, o problema é mais grave do que se pensa. E quando acompanhadas de um dos pais que lhe são algozes, esses invertem a ordem dos fatos a seu favor, isso porque, não querem perder o seu manancial de abastecimento bioenergético, tal é o caso dessa mãe.
Em casos dessa natureza; toda e qualquer ajuda vai para o espaço.