Livros Escritos

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

continuação

despesa nunca nos repassou. Além das cartas Sílvia xerocava material de entrevistas do próprio Waldo para divulgação do trabalho e enviava as pessoas.
Quando foi publicado o livro “Projeciologia” Sílvia desmontou um livro e também começou a xerocar capítulos e enviar as pessoas que não haviam recebido o livro. O que ele fez foi comprar a pedido dela um mimiógrafo de tinta de segunda mão e entregou a Sílvia no Simpósio de Campinas para ela trabalhar. Waldo nunca perguntou a ela a questão das despesas, mesmo sabendo que ela trabalhava para divulgar não só o seu trabalho, mas também o seu próprio nome. Até a tinta do mimiógrafo Sílvia pagava do dinheiro dela.
Há vários anos que já não deitava comigo no mesmo horário para dormir, só o fazia após a 01h30min da madrugada e levantava às 06h00min para trabalhar. Eu por minha vez só ficava com meus filhos nos finais de semana, pois tinha dois empregos.
Em uma daquelas noites eu a vi lavando o sutiã na pia do banheiro. Achando estranho perguntei por que fazia aquilo. Ela disse que era para usar no dia seguinte. Perguntei por que ela só tinha um sutiã. Acabei ficando sem resposta.
Foi então que comecei dar contar da gravidade da situação. Tudo saia do dinheiro dela. Pacotes e mais pacotes de papel sulfite para impressão que duas vezes por semana eu entregava no correio e pagava com dinheiro de Sílvia. Viagens ao Rio de Janeiro para coordenar trabalhos e além de responder pela presidência do conselho deliberativo do Instituto. Mais reuniões em São Paulo, etc.
Já não estávamos conseguindo manter as despesas básicas de casa tanto que André Luís teve que ser transferido para escola pública além de Sérgio Luís que sempre estudou em escola pública.
Em seguida de tão exaurida que estava, sugeri que fossemos acampanhar numa praia do litoral norte. Ela disse que não tínhamos mais dinheiro na caderneta de poupança, o que havia fora retirado para despesas. Então André Luís disse que tinha um dinheirinho na poupança dado pela vó Carmélia e iria dar o dinheiro para viajarmos. E assim o fez.
Com o trabalho avançando começaram a chegar pessoas novas para trabalhar. Uma delas veio do Rio de Janeiro e na reunião pública de domingo em São Paulo apanhou o microfone das mãos do Waldo e colocando os óculos escuros no alto da cabeça disse a todos que se chamava tal. . . . e que o assento de seu nome caía no a de . . . .
Eu não sentia firmeza nesse pessoal. Não via neles o compromisso com a questão projeção de consciência. A partir de então não só Sílvia e Samuel já faziam observações públicas, mas também outras pessoas já manifestam descontentamento e preocupação com o que estava ocorrendo.
Em seguida Waldo numa das reuniões de São Paulo disse que havia retirado do trabalho certa pessoa que preparava o ambiente para só ficar mandando e que não lhe servia mais. Não falou o nome da pessoa, mas logo saquei de quem ele estava falando. Esse rapaz que ele se referia muito fez para ajudar o Waldo quando estava no Rio de Janeiro. Fez muito. Foi o primeiro do nosso grupo a deixar tudo e vir para São Paulo. Eu fui o segundo a sair.
Estava claro que os novatos não nos queriam em seu caminho e contava com as articulações de Wagner Alegretti que já de partida para o Rio de Janeiro arrumou uma misteriosa japonesinha que eu nunca tinha visto antes no instituto a não ser no restaurante que fomos almoçar no domingo próximo de meu desligamento da entidade. A essas alturas Waldo Vieira e Wagner Alegretti já haviam transformado o Instituto Internacional de Projeciologia num clube de amigos.
Por uma questão de merecimento e competência a função de presidir o instituto seria de Samuel. No entanto, não foi isso que aconteceu. E também não seria conveniente para Wagner Alegretti ter alguém que não seguisse suas ordens.