Livros Escritos

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sexta-feira, 15 de abril de 2011

continuação

Ao transferir-se para o Rio de Janeiro logo arrumou função para sua primeira mulher e ampliou ainda mais seu poder de influência nefasta em prejuízo da moral, da competência e aos bons costumes.
E Waldo por sua vez abonava tudo. Esqueceu o que Samuel fez por ele.
No domingo que me desliguei do instituto, Waldo trouxe uma senhora do Rio de Janeiro para expor a questão da cobrança dos cursos. Eu e Sílvia apresentamos a proposta que fossem fornecidas duas bolsas de estudos para duas pessoas a cada grupo de cinqüenta pessoas. E que o nordeste teria que seguir diretriz própria na questão de cobrança de créditos, pois aquela região vive outra realidade de nós daqui. Fomos votos vencidos.
Tudo foi acontecendo muito rápido e a essas alturas Waldo dizia para quem quisesse ouvir que, nesta vida não queria mais saber da Sílvia e que nas próximas iria pensar a respeito.
E voltando ao assunto, mesmo com tudo isso, Sílvia preferiu continuar no instituto até que numa noite ela recebeu um telefonema do Rio de Janeiro de alguém que não sei ao certo, comunicando que as decisões do instituto a partir daquela data seriam tomadas no Rio de Janeiro. Sílvia muito abatida só disse isso para mim e ficando vários dias em silêncio. Samuel também perdia o cargo de diretor científico.
Entendo perfeitamente que uma empresa deve procurar otimizar a questão operacional e a decisão de se transferir para o Rio de Janeiro foi acertada, mas da maneira como você feita parecia mais um ato de selvageria. E nem é preciso quem estava por detrás disso.
A esta altura tudo já estava armado no sentido de mais uma vez favorecer o Waldo, pois, sua característica principal é fazer-se de vítima para se sair bem de toda e qualquer situação. Quando Waldo Vieira quer tirar alguém do caminho, logo começa a fazer comentários a respeito da pessoa perante seus seguidores procurando com isso, jogar seu pessoal contra a pessoa que, atabalhoada não acredita no que está passando. E assim, instala-se o caos e depois ele chega como elemento apaziguador. Coisa típica dele.
Então foi aí que ele cometeu seu maior erro. Foi quando resolvi intervir para valer na situação, pois, Sílvia era mãe de meus filhos e devia ser respeitada.
Em seguida marcou reunião em São Paulo falou muito, disse que, quem não quisesse ficar no instituto que pulasse fora. Eu ouvia tudo sem dizer uma palavra. Para completar a série de desaforos estendeu a mão direita ao lado e a apoiando sobre a perna esquerda de Wagner Alegretti disse:
- Esse aqui foi o único que vestiu a camisa do instituto. Quem não quiser pula fora.
Alegretti sorrindo disse:
- Você vai ficar com os tinheides. . . (não sei como se escreve em inglês). E sorria de satisfação. Wagner Alegretti vivia seu maior momento. Era a consagração.
Aí pensei: agora é comigo.
Levantei-me da cadeira e erguendo o tom da fala com o Waldo eu lhe disse que ele era um mal agradecido e que não sustentava o que dizia. Que gostava muito de mandar as pessoas fazer, mas que nunca fazia igual. E disse ainda mais coisas que não é o caso de repetir aqui.
Quanto mais ele gritava, mais alto eu falava. Não dei o mínimo espaço para contradizer comigo o que eu achava de sua personalidade.
Aí então foi tudo pro espaço.
Com a mãe dos meus filhos ninguém bagunça.
Depois disso, desliguei-me do instituto.
Ele por sua vez marcou outra reunião com a Sílvia no qual pediu o desligamento dela e disse que estava muito magoado comigo pelo que eu havia dito a ele. Grande coisa. É sempre assim, nunca reconhece o trabalho de ninguém.
Tudo aquilo que ela fez nada foi considerado. Mas, lá na lembrança dos Maiorais do Programa Projeção Consciente não só está a lembrança dela, mas também a lembrança de Wagner Borges e Glorinha, Pia, Samuel de Souza, Zanaroti, Graciema e muitos outros.